quarta-feira, 10 de junho de 2009

Socorro! Estou me afogando.

É bem provável que grande parte de nossas piores escolhas possam ser feitas em momentos de inseguranças e incertezas. Pior ainda se o desespero se ofereçe, ou melhor, de uma maneira abrupta, arromba a porta e decide se alojar dentro do peito. Que angustia infernal! Não nos deixa respirar direito, pensar, raciocinar, decidir, escolher.
Infelizmente, muitas vezes, a ação que se segue nesse momento é desastrosa. Imagine uma pessoa se afogando em alto mar, se debatendo, lutando contra as ondas inutilmente. Se ela não sabe nadar, de nada adiantará tanta ação desnecessária a não ser para conduzí-la à exaustão ou atrapalhar o livramento.
Quando eu tinha cinco para seis anos de idade me foguei pela primeira vez em Caldas Novas. Me lebro como se fosse hoje. Escorreguei e me afundei no rio. Abri os olhos e, enquanto observava espantado aquele território submerso e desconhecido até então, percebi que estava em apuros. Comecei a imaginar a vida sem a minha vida, a pensar que nunca mais veria minha família. Permaneci aguardando aquele desfecho do qual não tinha certeza de como seria, estava assustado sim mas, não agi freneticamente. Como estou narrando esta história você já sabe que o final foi feliz. Ao me movimentar embaixo d'agua lentamente, estiquei minha perna e meu pé se firmou num banco de areia. Pude perceber então, que naquela região toda do rio, a água, no máximo dava no meu peito.
O livramento estava ali bem na ponta do meu nariz. A ação correta acontece no momento em que conseguimos despistar da nossa mente, nem que seja por uma fração de segundo, o medo e a tormenta. A ação necessária nem sempre necessita de um raciocínio lógico mirabolante, de um plano infalível, ela só precisa de um pouco de equilíbrio.
É interessante observar o histórico da vida de pessoas que, ao enfrentarem momentos incertos e inseguros, ao se debaterem, ferem a sí mesmas e também as pessoas à sua volta. Há um conjunto de decepções ocorridos no passado associados a um desejo obstinado de dar a volta por cima custe o que custar, que marca a estrada dessas pessoas. Desejo esse que ao ser desmascarado nada mais é do que o medo de passar por tudo de novo.
Na quietude, no silêncio, na meditação, na contemplação profunda da vida, descobrimos que qualquer segurança e qualquer certeza que não venha das mãos do Criador de todas as coisas possíveis e impossíveis, não passa de ilusão, de armadilhas bem arquitetadas por nós, trazendo a falsa sensação de que nada nos atingirá.
De sua Graça vem a certeza de que somos salvos, de que estamos seguros pois o seu Reino é de paz, de alegria e jamais passará.
Jasiel Calixto

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Realidade x Verdade

A realidade nem sempre é a verdade
Pois a mentira pode ser algo tão real quanto.
A justa medida só temos quando conseguimos ouvir
O (des) equilíbrio entre os dois lados da balança

Jasiel Calixto

Reflexões sobre o livro a essência da verdade de Martin Heidegger