terça-feira, 20 de novembro de 2007

Por trás dos bastidores

Por trás dos bastidores



Observando um relógio de ponteiros fiquei imaginando as engrenagens trabalhando para que o tempo pudesse ser marcado precisamente, sem se atrasar e sem se adiantar também. Se uma das engrenagens se rebelasse e quisesse se adiantar, ou melhor, acelerar o seu andamento, pensando que dessa forma estaria sendo mais “produtiva”, ela iria causar uma pane em todo o sistema. Mas ela continua ali, no seu ritmo, no seu lugar sem que a vejam, cumprindo o seu papel até que um dia , por causa do desgaste, da falta de reparos ela trava. Em minha mente visualizei o Big Ben, o relógio mais famoso do mundo. Mas a minha atenção não se voltou para ele e sim para a pessoa que faz a manutenção de suas engrenagens, limpando, engraxando, apertando os parafusos frouxos, fazendo com que ele trabalhe adequadamente. Para o mundo ele é um anônimo, e muitos nem sequer se lembram de que tem alguém responsável pela manutenção das engrenagens do famoso relógio, a não ser que ele comece a se atrasar. Aí sim, deve haver um culpado. Quem foi que deixou isso acontecer?

Hoje, ser produtivo, bem realizado, próspero, é estar sendo o foco das atenções, é estar nos outdoors, em destaque e infelizmente poucos se destacam da maneira que a sociedade cobra. Alguns começam a acelerar o ritmo, caminhando em um ritmo que não é próprio deles, na expectativa de se destacarem, de serem notados e acabam estragando tudo. É importante estar consciente do que se faz , para que se faz, da importância do que se faz e do efeito que isso causa em todo o sistema. Nós não somos engrenagens, mas temos um papel a cumprir, estejamos sendo o foco ou não. Quando me formei no CEFET consegui um emprego na antiga Telegoiás. Eu envelopava as contas telefônicas. A sua conta e inclusive de pessoas importantes do nosso estado, passavam por minhas mãos. Certo dia, uma amiga que havia formado comigo me viu carregando caixas de papel e me disse: “você estudou pra carregar caixas?” Eu sorri pra ela e não disse nada e também não fiquei constrangido, pois eu sabia da importância do trabalho que eu executava naquele momento, e sabia também onde queria chegar.

É muito importante o que cada um faz para o Reino de Deus. Você deve ser o primeiro a reconhecer que o que você faz para Deus, ainda que ninguém veja a importância, é importante sim, e faz toda a diferença. Duas lições podemos tirar desse texto. Primeiro: precisamos ter discernimento para não acelerar aquilo que Deus quer trabalhar com cuidado em nosso meio, senão podemos estragar tudo. Segundo: reconhecer que o trabalho por trás dos bastidores é tão, ou mais importante que o trabalho feito sob os holofotes. Assim, a alegria de participarmos desse projeto tão maravilhoso de Deus para a humanidade não dependerá de que lado do “palco” estamos.

Caminhado juntos no amor de Cristo

Jasiel Calixto Guimarães

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